Aula 19/04 - Exercícios

Olá
A aula de hoje será dedicada unicamente à resolução de exercícios, uma vez que estamos às vésperas da independência e a apostila acabou de chegar. Essas questões vão motivar a nossa leitura a partir de agora, com base no conteúdo que passei nas duas últimas aulas.
Chega de papo, vamos lá.

Exercícios - 19/04

1. (UPE 2017) 

"Em 1808, a família real portuguesa, fugindo do cerco napoleônico, transferiu-se para o Brasil que, de colônia, se tornou sede da monarquia e do vice-reino. Os treze anos durante os quais a corte permaneceu no Rio de Janeiro tiveram grande importância política e econômica e foram seguidos pela declaração de independência do Brasil em 1822".
Oliven, R.G. Cultura e modernidade no Brasil.

Uma das principais características socioeconômicas desse período foi a(o):

a) diminuição do fluxo de mercadorias;
b) início do ciclo econômico da borracha;    
c) abertura dos portos ao comércio exterior;   
d) ampliação das relações bilaterais com os EUA;   
e) elevação do Brasil à condição de protetorado da Inglaterra.    
  

2. (ENEM 2010) Leia o texto:

"Eu, o Príncipe Regente, faço saber aos que o presente alvará virem: que desejando promover e adiantar a riqueza nacional, e sendo um dos mananciais dela as manufaturas e a indústria, sou servido abolir e revogar toda e qualquer proibição que haja a esse respeito no Estado do Brasil"


(Alvará de liberdade para as indústrias - 1º de Abril de 1808)
In: Bonavides, P.; Amaral, R. Textos políticos da História do Brasil.

O projeto industrializante de Dom João, conforme expresso no alvará, não se concretizou. Que características desse período explicam esse fato?

a) A ocupação de Portugal pelas tropas francesas e o fechamento das manufaturas portuguesas;
b) A dependência portuguesa da Inglaterra e o predomínio industrial inglês sobre suas redes de comércio;
c) A desconfiança da burguesia industrial colonial diante da chegada da família real portuguesa;
d) O confronto entre a França e a Inglaterra e a posição dúbia assumida por Portugal no comércio internacional;
e) O atraso industrial da colônia provocado pela perda de mercados para as indústrias portuguesas.

  
3.   Leia o texto a seguir:

“A abertura dos portos às nações amigas, em 1808, permitiu que o Brasil fosse invadido por artigos importados dos mais variados, principalmente de origem inglesa. Os produtos ligados à indumentária e à beleza deram novo fôlego à vaidade dos homens e mulheres de então. O período imperial no Brasil foi marcado por modos e modas que acompanharam as grandes mudanças políticas, econômicas e sociais. Roupas, acessórios, joias e penteados revelam como se comportavam as pessoas, a sutileza de seus costumes e os códigos secretos da vida em sociedade.
O acesso aos itens de luxo, entretanto, não tornou os moradores das terras brasileiras mais elegantes aos olhos dos viajantes estrangeiros.”
Raspanti, M.P. Que deselegantes.

A partir da leitura do texto, é possível afirmar:

I. Com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, os brasileiros tiveram mais acesso aos produtos ingleses.
II. As mudanças ocorridas a partir desse contato nos modos e na moda no contexto do período Imperial brasileiro foram bastante profundas, mostrando a sociedade na qual a elite colonial desejava espelhar-se .
III. Roupas, acessórios e joias são itens supérfluos que pouco informam sobre os costumes de uma época.
IV. Os viajantes estrangeiros que passaram pelo Brasil nesse período não registraram informações relevantes sobre a vestimenta dos brasileiros, tidos como deselegantes.

Está(ão) CORRETA(S):
a) I e II, apenas.   
b) II e III, apenas.   
c) I, apenas.   
d) III e IV, apenas.   
e) I, II e IV, apenas.   

4. (Feevale 2016) No ano de 1808, a Corte portuguesa instalou-se no Brasil. A partir desse momento, um processo de desenvolvimento científico-cultural ocorreu, com a fundação de instituições, como Biblioteca Pública e Imprensa Régia. Também foram criados, com o passar do tempo, diferentes cursos, como o da Academia Real Militar e da Faculdade de Medicina.

Marque a alternativa que demonstra o principal objetivo do governo ao instituir o desenvolvimento desses cursos.

a) Fortalecer o sistema público da educação brasileira, existente desde a fundação das primeiras vilas;
b) Fortificar a colônia contra os ataques das esquadras inglesas, formando quadros para o exército;  
c) Desenvolver novas tecnologias para a crescente indústria portuguesa;
d) Controlar a imprensa local através da censura;
e) Formar recursos humanos para atender às necessidades da Corte no Brasil.

5. (IFBA) O Brasil constituía então uma base essencial da economia portuguesa. A nossa exportação era quase toda (excetuando o vinho do Porto) canalizada para os portos brasileiros; a nossa importação vinha quase toda do Brasil; as matérias-primas tropicais faziam escala em Lisboa e daqui eram exportadas para o exterior. (...) A emancipação econômica do Brasil (em 1808) teve, portanto, consequências graves na economia portuguesa. A antiga colônia passara, em poucos anos, de fonte de rendimento à fonte de despesa.
SARAIVA, J. H. História de Portugal.

No contexto das medidas liberais decretadas por D. João VI no Brasil, a “emancipação econômica do Brasil”, que o historiador português apresenta como danosa à economia portuguesa, é resultado da
a) autonomia administrativa advinda da elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal e Algarves;  
b) autonomia financeira garantida com a criação do Banco do Brasil, que passou a emitir papel moeda;
c) liberação manufatureira estabelecida pelo Alvará de 1º de abril, que permitiu as instalações de indústrias no Brasil; 
d) incrementação do comércio brasileiro a partir da assinatura do Tratado de Comércio e Navegação com a Inglaterra;
e) liberdade de comércio estabelecida pelo decreto de Abertura dos Portos Brasileiros às Nações Amigas de Portugal.   

6. (ENEM 2014) "A transferência da corte trouxe para a América portuguesa a família real e o governo da Metrópole. Trouxe também, e sobretudo, boa parte do aparato administrativo português. Personalidades diversas e funcionários régios continuaram embarcando para o Brasil atrás da corte, dos seus empregos e dos seus parentes após o ano de 1808".

NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. História da vida privada no Brasil.

Os fatos apresentados se relacionam ao processo de independência da América portuguesa por terem:

a) incentivado o clamor popular por liberdade;
b) enfraquecido o pacto de dominação metropolitana;
c) motivado as revoltas escravas contra a elite colonial;  
d) obtido o apoio do grupo constitucionalista português;   
e) provocado os movimentos separatistas das províncias.

7. (PUC-RJ/Modificado) Observe o quadro a seguir, do pintor Jean Baptiste Debret, intitulado "Um funcionário do governo sai a passeio com a família".

Resultado de imagem para funcionario publico debret

Esse retrato constitui um registro do cotidiano daqueles que habitavam o Rio de Janeiro no tempo do governo joanino (1808-1821), no caso, uma família abastada indo à missa. A partir da observação da gravura e de seus conhecimentos sobre o período:  

a) Apresente dois elementos que identificam a posição dos diferentes grupos sociais na hierarquia da sociedade da época e os justifique.    
b) Explique por que durante o governo de D. João VI o Rio de Janeiro passou a ser identificado como "Nova Lisboa".



Respostas:
1) c
2) b
3) a
4) e
5) e
6) b
7) a) O pai (branco) à frente dos demais membros da família simboliza a autoridade e o poder patriarcal na sociedade da época. O lugar ocupado pela dona de casa (branca) na fila, atrás dos filhos - fossem esses meninos ou meninas - e à frente dos escravos, evidencia, respectivamente, seu papel de mãe dos filhos do marido e de administradora de um lar extenso. A mulher branca exercia, portanto, o domínio sobre os escravos e as escravas no espaço da casa. As redes de poder e hierarquia envolvendo a própria comunidade negra também são perceptíveis na imagem: os escravos(as) que aparecem com melhores vestimentas provavelmente desfrutavam uma posição vantajosa em relação aos seus pares na hierarquia social. Os pés descalços marcam a condição de escravo, diferenciando-os dos libertos e dos livres.  
b) O governo de D. João VI proporcionou uma série de melhorias na cidade do Rio de Janeiro e beneficiou os grandes proprietários e comerciantes das capitanias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais que, por estarem próximos da Corte, desfrutavam de privilégios, proteção e prestígio social. A política joanina gerou um aumento significativo dos impostos para a manutenção da Corte na cidade do Rio de Janeiro, que passou a ser identificada como "nova Lisboa", sobretudo por aqueles que habitavam as demais regiões do Brasil. Comentava-se que o Rio de Janeiro passara a sediar grupos que defendiam os interesses "portugueses" oprimindo os "brasileiros" do restante do país. Sendo assim, o domínio político da colônia passara de Lisboa para o Rio de Janeiro. A Revolução Pernambucana de 1817 constitui um exemplo de tal insatisfação.

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