Questões Aula 02
Boa tarde,
Amanhã entraremos de cabeça na Aula 03 e na economia mineradora de fato. Então, para consolidar um pouco do que foi passado, vamos fazer alguns exercícios? Não se esqueçam que a aula é apenas um quadro do conteúdo, que se possível vocês devem buscar a todo momento a leitura em fontes diferentes, além da própria apostila. Além, claro, dos nossos queridos oráculos: Se não souberem onde diabos fica a Província Cisplatina, consultem a Mãe Google. Cuidado com a Guerra ideológica da livre edição da Wikipedia, ela pode ser traiçoeira.
Recomendo seriamente o livro HISTÓRIA CONCISA DO BRASIL, de Boris Fausto, para um entendimento geral da trajetória do nosso país sob o ponto de vista de um historiador respeitado e admirado nos vestibulares. Tenho uma cópia e posso disponibilizar a digitalização se vocês demandarem. Para quem quiser uma versão jornalística (portanto mais ilustrada e menos historicamente precisa, mas de leitura mais agradável), fiquem com Brasil: Uma História, de Eduardo Bueno, que foi o livro que me despertou o gosto pela matéria na oitava série.
Abraço e bons estudos!
01. (UFJF - Mod.)
[...] ponderando-se o acharem-se hoje as Vilas dessa Capitania tão numerosas como se acham, e que sendo uma grande parte das famílias dos seus moradores de limpo nascimento, era justo que somente as pessoas que tiverem essa qualidade andassem na governança delas [...]
Carta Régia para a Câmara de Vila Rica-MG. 27 de Janeiro de 1726.
(atentem-se ao ano. De que período falamos?)
A Câmara e a Misericórdia podem ser descritas, apenas com um ligeiro exagero, como os pilares gêmeos da sociedade colonial desde Maranhão até Macau.
BOXER, Charles. O império marítimo português.
O mais significativo órgão político-administrativo implantado nas vilas coloniais da América Portuguesa era a Câmara Municipal. Sobre elas, com base nas citações apresentadas, discorra:
a) Qual era a origem social daqueles que ocupavam os cargos nas Câmaras Municipais?
b) Quais eram os propósitos desses órgãos, de acordo com os interesses de seus titulares?
02. (PUC-RS - Mod.)
Em 1640, com o fim da União Ibérica, Portugal se defronta com vários problemas e desafios para administrar suas colônias no Brasil e desenvolver sua economia. Entre esses problemas, não se inclui:
a) A expulsão dos holandeses da região açucareira com Nordeste e sua migração e de seus capitais para o Caribe e América do Norte;
b) A destruição dos quilombos, como o de Palmares, que desafiavam a ordem escravista;
c) A escassez de metais preciosos e a queda do preço do açúcar;
d) A expulsão dos jesuítas, que dificultavam a escravização dos indígenas;
e) A reorganização administrativa e econômica da colônia e sua defesa.
03. (UNESP - Mod.)
Observe o mapa e escolha a alternativa mais precisa:
a) O Meridiano de Tordesilhas (revogado pelos tratados coloniais subsequentes), enquanto esteve em vigor, obstruiu a efetiva ocupação do interior do território brasileiro;
b) As riquezas do Vice-Reino da Prata atraíram muitos aventureiros para a Região Sul do país;
c) A busca por pau-brasil e terras férteis para a cana-de-açúcar impulsionou a derrubada da Mata e a fixação do colonizador no interior do Nordeste;
d) Apesar do aspecto extensivo da atividade, a pecuária desempenhou importante papel no processo de interiorização da ocupação;
e) O intenso povoamento da Região Norte causou sérios problemas com a metrópole, que não dispunha de meios para ocupar administrativamente essa vasta área.
04. (UFG)
Evém a Bandeira dos Polistas...
num tropel soturno.
Rasgando as lavras
ensacando ouro,
encadeiam Vila Boa
nos morros vestidos
de pau d'arco.
Foi quando a perdida gente
riscou o roteiro incerto
do velho Bandeirante.
E Bartolomeu Bueno,
num passe de magia
histórica,
tira Goyaz de um prato de aguardente
e ficou sendo o Anhanguera.
Cora Coralina. "Anhanguera".
A produção de identidades pode levar à busca de mitos fundadores. O poema de Cora Coralina expressa a relação entre o símbolo mítico e a identidade goiana, ao destacar que:
a) O imaginário goiano rejeitou a figura do bandeirante, considerando o caráter usurpador presente na descoberta do ouro;
b) A chegada dos bandeirantes foi considerada o acontecimento que simbolizou o abandono da identidade rural na capitania;
c) A utilização do ardil da aguardente forjou a narrativa de receptividade entre a "perdida gente" e os bandeirantes paulistas;
d) A descoberta do ouro concedeu importância histórica à figura do bandeirante como emblema da inserção de Goiás e outros estados do interior no cenário nacional;
e) As bandeiras, como estratégia político-militar portuguesa, objetivavam simbolizar o poder metropolitano na região.
05. (UFU -Mod.)
Uti possidetis é um princípio de direito romano bastante utilizado ao longo da história, e sobretudo durante o século XVIII, nas definições de limites entre territórios vizinhos. Esse princípio reconhece o direito de posse a quem de fato ocupa determinado teritório. Considerando-se o uso desse princípio e a formação territorial do Brasil, assinale a alternativa incorreta:
a) Espanha e Portugal tiveram poucos conflitos de terra na América, pois suas posses foram definidas por tratados e bulas papais desde antes da ocupação das terras;
b) A expansão territorial da América Portuguesa no século XVII, motivada por fatores econômicos, religiosos e políticos, gerou conflitos com nações europeias. O uti possidetis foi utilizado, por exemplo, para legitimar essas novas posses;
c) Os domínios portugueses na América foram ampliados após a União Ibérica, o que lhe permitiu fixar-se no Rio da Prata até a separação da Província Cisplatina no século XIX;
d) A fixação das fronteiras nacionais do Brasil teve início no século XIX e, nos primeiros anos do século XX, vários problemas de limites foram solucionados pela diplomacia brasileira, apoiando-se no uti possidetis relativo à ocupação em séculos anteriores.
06. (PUC-RS)
As invasões holandesas no Brasil no século XVII estavam relacionadas à necessidade de os Países-Baixos manterem e ampliarem sua hegemonia no comércio do açúcar na Europa, que havia sido interrompido:
a) Pela política de monopólio comercial da Coroa lusa;
b) Pelos interesses ingleses que dominavam o comércio Brasil-Portugal;
c) Pela política pombalina, que objetivava desenvolver o refino de açúcar na própria colônia;
d) Pelos interesses franceses, que ocupavam o Maranhão;
e) Pela Guerra de Independência dos Países-Baixos contra a Espanha, e seus reflexos na colônia portuguesa devido à União Ibérica.
07.
A chamada Guerra dos Mascates foi um evento, ocorrido em Pernambuco no ano de 1710, em que a elite rural de Olinda entrou em conflito com o crescimento econômico de Recife, daí o apelido pejorativo de "mascates" (vendedores ambulantes, atualmente conhecidos como camelôs, em associação de origem também árabe) dado aos comerciantes recifenses, cidade que acabou por converter-se na sede administrativa local.
Sobre esse episódio, assinale a alternativa correta:
a) Pode-se considerar que Olinda lutava pelo seu orgulho ferido e em oposição aos colonizadores portugueses, que voltaram as costas aos senhores de engenho;
b) O endividamento dos proprietários rurais com os comerciantes pode ser considerado um reflexo da transposição do eixo econômico na colônia com o declínio da economia açucareira e o crescimento do comércio;
c) Ambas cidades lutavam pelo monopólio comercial de produtos locais, como o algodão, principal base histórica da economia colonial pernambucana;
d) O episódio, associado ao sentimento nativista, mostra os primeiros focos de insurreição contra o domínio português, sobretudo com a revolta dos olindenses quanto à mudança de capital;
RESPOSTAS:
2 - D
3 - D
4 - D
5 - B
6 - E
7 - B
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