Tópicos Aula 03 (Até a Inconfidência)

Boa tarde

Estou particionando a aula 03 em três períodos, como passei na aula passada.
Nessa será o segundo (ápice) e o terceiro (crise) do ciclo do ouro, culminando na Inconfidência Mineira e no simbolismo desse movimento

Abraços e boa aula.
Pedro


A intervenção da coroa portuguesa
As revoltas nativistas foram expoentes de que a administração colonial era contestada já no período consecutivo à descoberta das minas.
Isso foi respondido por algumas medidas que colocaram todo o próprio sistema colonial em xeque, justamente a partir do auge da exploração aurífera.
Algumas delas:
  • Estabelecer limites à entrada na região das minas (controlar exploração, evitar o despovoamento de Portugal e expulsar os frades, "contrabandistas");
  • Evitar desequilíbrio entre as regiões (Proibição de trânsito interno de mercadorias importadas de Portugal e cotas ao tráfico de escravos por região);
  • Assegurar "a lei e a ordem" (Criando juntas de fiscais e intervenções militares - dragões e milícias);
  • Suprimir revoltas locais.
Panorama socioeconômico no auge do ouro
  • Consolidação de uma sociedade diferenciada: Portugueses, paulistas + índios, negociantes, advogados, padres, fazendeiros, artesãos, burocratas, militares...
  • Expansão da sociedade de base - escravos: uso intensivo, crescimento proporcional, alto número de alforriados;
  • Necessidade de reorganização em torno da demanda por alimentos: Suprida pela economia secundária;
  • Acúmulo de riqueza no topo da pirâmide: extratores e negociantes de contratos públicos;
Quando o ouro escasseia, o resultado é um direcionamento para as atividades "secundárias" (pecuária e serviços livres nas cidades).
Cria-se assim uma curiosa combinação: ESCRAVIDÃO + MERCADO INTERNO
Assim, não podemos lidar a economia como uma sucessão de ciclos
Além disso, os colonos passaram a controlar muitas dessas atividades agora primárias, sobretudo o tráfico de escravos.
Passaram a ter interesses específicos e diferentes dos da coroa
Com isso:

Crise do sistema colonial
Alguns fatores contribuíram para a crítica ao pacto colonial:
  • Filosofia europeia: Iluminismo (Francês) e Liberalismo (Inglês). 
  • Eventos marcantes:
  1. Independência dos EUA (1776): Revolução da elite dos livros 
  2. Revolução Francesa (1792): Revolução das armas
  3. Revolução Industrial: Ampliação dos mercados
  4. Administração Pombalina em Portugal (1750-1777): Releitura do mercantilismo com base no absolutismo ilustrado. Visava a consolidação de uma população brasileira próxima ao sistema. Foi interrompida pela própria crise do sistema.
  • Depressão econômica: Queda do açúcar e do ouro
  • Precariedade do ensino x elite letrada na europa
  • Retomada colonialista/conservadora (D. Maria I)
  • Movimentos de rebeldia e consciência regional/nacional
Em que momento surgiu a consciência de ser brasileiro?
Quando passamos a ter interesses de gestão diferentes dos da coroa

Símbolo:
Inconfidência Mineira (1789)
Movimento frustrado de emancipação/independência (Inconfidente = que não tem fé)
Participantes:
  • Membros da elite letrada (contato com Eua, Ing, Fra...)
  • Elite colonial: Mineradores e fazendeiros
  • Padres com negócios
  • Burocratas e oficiais militares
Intenção:
  • Abertura do modelo de privilégios administrativos
  • Abertura comercial e quebra de monopólios
  • Formação de força militar nacional
  • Abolição GRADUAL da escravidão
A isso se chamou emancipação. Apesar de fracassado, possuiu força simbólica (TIRADENTES) de demonstrar a ruína do modelo colonialista implantado nos duzentos anos anteriores. 
Possui espelho também na Conjuração Baiana (1789) e Insurreição Pernambucana (1817).

Uma curiosidade: a capa do nosso blog essa semana é o quadro "Tiradentes ante o carrasco". Ele hoje se encontra na sala de audiência da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.
Que inspiração ele poderia trazer pra essa casa?

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