Tópicos Aula 03

A Economia Mineradora (1693-1733 / 1733-1748 / 1748-1800)
Aula passada...
Processo de transição e crescimento de outras atividades: Pecuária, bandeirantismo, mineração e comércio.
Implicações no âmbito socioeconômico:
  • Colonização da "periferia", ironicamente o interior (Onde até então predominantemente os jesuítas haviam entrado);
  • Formação de núcleos urbanos em torno das minas;
  • Avanço do tráfico de escravos, cujo uso se tornou mais intensivo (exploração desumana);
  • Formação de núcleos de autoridade, incluindo a cobrança de impostos;
  • Geração de riqueza concentrada;
  • Organização de uma economia secundária (empobrecida, segundo Boris Fausto);
  • Surgimento de manifestações culturais, artísticas e literárias
Um dos reflexos desse movimento social foram as chamadas Revoltas Nativistas, episódios em que houve reação ao descolamento da esfera pública da privada e intervenção opressiva do estado (I) ou ainda embates de ajuste comercial em relação às novas atividades (II)
Algumas delas:
  • Aclamação de Amador Bueno (1641): Um ano após o fim da União Ibérica, habitantes da Vila de São Paulo, pecuaristas e bandeirantes, decidem romper com o Estado Espanhol e proclamam Amador Bueno o Rei de São Paulo, embora ele tenha recusado o cargo (I)
  • Revolta de Beckman (1684): Contestação ao monopólio do comércio de algodão no Maranhão pela Companhia de Comércio local, amparada no Estado Português (I - II)
  • Guerra dos Emboabas (1708-09): Disputa pelo direito de exploração das minas entre paulistas e "mineiros", isto é, autoridades lusas. Ao final do conflito, os paulistas se realocam na busca por ouro em outras regiões, tendo sucesso no Mato Grosso e Goiás (I - II)
  • Guerra dos Mascates (1700-11): Reação das cidade de Olinda, ligada à aristocracia rural canavieira decadentes, ao crescimento de Recife, onde se proliferava o comércio, ao qual foi associado o termo pejorativo de mascate ("camelô"). O conflito terminou com Recife se tornando a nova capital de Pernambuco (II)
  • Revolta de Vila Rica / de Filipe dos Santos (1720): Insurreição local contra a cobrança de impostos do Estado Português sobre o ouro, através da instituição das casas de fundição. Terminou reprimida, com FIlipe dos Santos (capa desta semana do blog) sendo enforcado.
Essas revoltas denotam, além de uma mudança no cenário socioeconômico da colônia, uma reação colonial, sobretudo entre comerciantes e profissionais livres, contra a opressão econômica da metrópole.
Ainda que essas revoltas tenham sido facilmente reprimidas, foram importantes no sentido de mostrar um descontentamento que seria evidenciado ainda mais após a extinção das Minas. É difícil falar da Inconfidência Mineira, por exemplo, sem falar do contexto de descontentamento e de influência de ideias culturais e sociais do período, como o iluminismo.

É o que veremos na próxima aula, as revoltas agora emancipacionistas (Baiana, Mineira, e Pernambucana), defendendo a expulsão dos portugueses muito antes do acordo de independência e o final do período aurífero no Brasil.

Tchau e até quinta!

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